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Bolsa de Tóquio despenca com receio de recessão nos Estados Unidos

Além dos dados de emprego norte-americano, a queda é um reflexo das tensões no Oriente Médio, que se intensificaram nos últimos dias.

A bolsa de Tóquio, no Japão, sofreu uma queda superior a 7% na manhã desta segunda-feira (5/8), noite de domingo (4/8) no Brasil. O salto acontece após a divulgação de dados fracos sobre o emprego nos Estados Unidos, na última sexta-feira (2/8), o que gerou reações na economia.

Por volta das 10h no Japão, às 22h de domingo no Brasil, a Nikkei caiu para 5,47%. Um circuit breaker interrompeu as negociações do Topix por, aproximadamente, 10 minutos, assim como alguns títulos do governo japonês.

Além dos dados de emprego norte-americano, a queda é um reflexo das tensões no Oriente Médio, que se intensificaram nos últimos dias.

O índice Nikkei 225 registrou queda de 7,03%, chegando aos 33.386,47 pontos. O Topix também teve um saldo negativo superior a 7%. O índice é o pior desde o tsunami de 2011, que resultou no desastre da usina nuclear de Fukushima.

O circuit breaker é um mecanismo da bolsa de valores para interromper o pregão em casos de oscilações repentinas e atípicas no mercado de ações.

O que aconteceu até aqui:

  • No índice Nikkei 225, de Tóquio, a queda foi de 7,03%;
  • No Topix, também na capital japonesa, os papéis despencaram mais de 7%, o que ativou o circuit breaker por cerca de 10 minutos;
  • Os índices futuros das bolsas de Nova York caíram: -1,85% na Nasdaq, -1,12% na S&P e -0,76% na Dow Jones;
  • No Taiwan, o índice Taiex despencou 5,7%;
  • Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 2,1%;
  • Na Austrália, o S&P/ASX200 recuou 1.3%;
  • Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 3,4%.

O movimento é uma consequência da junção de dois fatores: os juros altos que visam conter a inflação nos Estados Unidos e a divulgação de dados fracos sobre geração de empregos última sexta-feira (2).

Ambos ampliaram o medo de recessão, desencadeando uma grande aversão ao risco e apostas de que as taxas de juros terão que cair de modo acentuado e rapidamente para conter a inflação.

Fatores como a alta do iene e tensões no Oriente Médio também influenciaram a queda, segundo a Bloomberg.

“Aumentamos nossas probabilidades de recessão em 12 meses em 10 pontos porcentuais para 25%”, disseram analistas do Goldman Sachs em uma nota, embora achassem que o perigo era limitado pelo grande escopo que o Fed tinha para aliviar a política.
Analistas do JPMorgan eram ainda mais pessimistas, atribuindo uma probabilidade de 50% a uma recessão nos EUA.

“Agora que o Fed parece estar materialmente atrás da curva, esperamos um corte de 50 pontos base na reunião de setembro, seguido por outro corte de 50 pontos base em novembro”, disse o economista Michael Feroli.

“De fato, pode-se argumentar por um afrouxamento entre reuniões, especialmente se os dados se enfraquecerem ainda mais – embora os funcionários do Fed possam se preocupar com como tal movimento poderia ser (mal) interpretado.”

Há uma preocupação de que o Fed possa ter mantido os juros altos por tempo demais, aumentando os riscos de recessão na maior economia do mundo. Um corte na taxa de juros tornaria mais fácil o empréstimo de dinheiro para empresas e residências e impulsionaria a economia, mas os efeitos poderiam demorar meses para se manifestarem.

O que é o circuit breaker?
É um mecanismo disparado pela bolsa para interromper o pregão sempre que ocorrem oscilações muito bruscas e atípicas no mercado de ações. Toda vez que isso acontece, esta ferramenta é acionada para amortecer e rebalancear as ordens de compra e venda dos investidores e proteger o mercado da volatilidade. Em seguida, os negócios são retomados.

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