Por Jornal Clarin Brasil 16/12/2019 11h15min
Jair Bolsonaro chamou nesta segunda-feira (16) de “energúmeno” o educador Paulo Freire, patrono da educação brasileira, e declarou que a programação da TV Escola em vez de educar, “deseduca”.
De acordo com um site de notícias do Globo, na última sexta (13), o contrato não foi renovado com a associação responsável por gerir a TV Escola desde 1995. Em nota, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que estuda a possibilidade das atividades do canal serem exercidas por outra instituição da administração pública.
O atual presidente fez as afirmações contra Paulo Freire e a TV Escola na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada, enquanto conversava e tirava fotos com apoiadores, e foi questionado sobre o tema.
Bolsonaro defendeu a decisão do ministério de não renovar o contrato e disse que a audiência da TV Escola é muito baixa.
“Você conhece a programação da TV Escola? Deseduca”, Palavras de Bolsonaro.
“Queriam que assinasse agora um contrato, o Abraham Weintraub [ministro da Educação], de R$ 350 milhões. Quem assiste a TV Escola? Ninguém assiste. Dinheiro jogado fora”, acrescentou.
De acordo com Jair Bolsonaro, a educação do Brasil tem desempenho ruim e avaliações por causa “dessas programações”, como a da TV Escola que, na sua opinião, tinha uma programação viés ideológico “totalmente de esquerda”, que promovia “ideologia de gênero” com recursos públicos.
‘Energúmeno’
O presidente afirma que as mudanças que a sua gestão implementa terão reflexos na educação do país num prazo entre cinco e 15 anos. Ao concluir o argumento, ele chamou o educador Paulo Freire de “energúmeno”.
““Era uma programação (TV Escola) totalmente de esquerda, ideologia de gênero, dinheiro público para ideologia de gênero. Então, tem que mudar. Reflexo, daqui a cinco, 10, 15 anos vai ter reflexo. Os caras estão há 30 anos (no ministério), tem muito formado aqui em cima dessa filosofia de Paulo Freire da vida, esse energúmeno, ídolo da esquerda”, disse o presidente Bolsonaro
Mês passado, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes) alterou a plataforma criada para os professores buscarem cursos de aperfeiçoamento profissional além de retirar a homenagem ao patrono da Educação Paulo Paulo Feire.
“Olha a prova do Pisa, estamos em último lugar no mundo, se eu não me engano, matemática, ciências e português. Acho que um ou dois itens somos os últimos da América do Sul. Vamos esperar o que desse Brasil com esse tipo de educação?”, Indagou Jair Bolsonaro.
Jair Bolsonaro estava se referindo ao Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa – sigla em inglês). Na mais recente avaliação, feita em 2018 e divulgada neste mês, o Brasil não ficou em último lugar, embora o desempenho tenha sido baixo. Entre os países da América do Sul, a Argentina ficou em último lugar.