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À Beira do Cais – Por Lin Quintino

Aqui, o passado nunca parte, fica ancorado nas histórias que não contaram.

À Beira do Cais

Lin Quintino

À beira do cais,

o mar sussurra segredos antigos,

ondas que lambem a areia,

como se o mundo 

sempre tivesse sido assim,

uma linha entre o ir e o ficar.

Os barcos dormem preguiçosos,

parada, sem pressa,

sou feita de espera e despedida,

vendo o horizonte se dissolver

num borrão de azul e desejo.

À beira do cais,

o tempo se dobra,

feito uma folha amassada

que guarda marcas de outras mãos.

Aqui, o passado nunca parte,

fica ancorado nas histórias

que não contaram.

O cheiro de sal e de ferrugem

gruda na pele,

enquanto os olhos buscam,

não sei o quê.

Talvez uma promessa

 não cumprida,

talvez o eco de passos

que nunca voltam.

À beira do cais,

sou toda passagem

sem saber se o próximo navio

trará partida ou chegada.

Lin Quintino

Lin Quintino – Mineira de Bom Despacho, escritora, poeta, professora e psicóloga. Academia das quais faz parte: Academia Mineira de Belas Artes – AMBA / ANLPPB- cadeira 99, / ALPAS 21, sócia fundadora, cadeira 16; / ALTO; / ALMAS; / ARTPOP; / Academia de Letras Y Artes Valparaíso (chile); / Núcleo de Letras Y Artes de Buenos Aires; / ACML, cadeira 61 Membro da OPB e da Associação Poemas à Flor da Pele. Autora dos livros de poemas Entrepalavras e A Cor da Minha Escrita. Comendas: destaque literário da ALPAS-21, / Ubiratan Castro em 2015 pela ABRASA / Certificado pela ALAF de Destaque Literário em 2014 7 Troféu destaque Mulheres Notáveis – Cecília Meireles- Itabira/MG, 2014 Participou de várias coletâneas e antologias nacionais e internacionais.

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