“Aqui, o passado nunca parte, fica ancorado nas histórias que não contaram.“
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 22/12/24
À Beira do Cais
Lin Quintino
À beira do cais,
o mar sussurra segredos antigos,
ondas que lambem a areia,
como se o mundo
sempre tivesse sido assim,
uma linha entre o ir e o ficar.
Os barcos dormem preguiçosos,
parada, sem pressa,
sou feita de espera e despedida,
vendo o horizonte se dissolver
num borrão de azul e desejo.
À beira do cais,
o tempo se dobra,
feito uma folha amassada
que guarda marcas de outras mãos.
Aqui, o passado nunca parte,
fica ancorado nas histórias
que não contaram.
O cheiro de sal e de ferrugem
gruda na pele,
enquanto os olhos buscam,
não sei o quê.
Talvez uma promessa
não cumprida,
talvez o eco de passos
que nunca voltam.
À beira do cais,
sou toda passagem
sem saber se o próximo navio
trará partida ou chegada.
Lin Quintino
Lin Quintino – Mineira de Bom Despacho, escritora, poeta, professora e psicóloga. Academia das quais faz parte: Academia Mineira de Belas Artes – AMBA / ANLPPB- cadeira 99, / ALPAS 21, sócia fundadora, cadeira 16; / ALTO; / ALMAS; / ARTPOP; / Academia de Letras Y Artes Valparaíso (chile); / Núcleo de Letras Y Artes de Buenos Aires; / ACML, cadeira 61 Membro da OPB e da Associação Poemas à Flor da Pele. Autora dos livros de poemas Entrepalavras e A Cor da Minha Escrita. Comendas: destaque literário da ALPAS-21, / Ubiratan Castro em 2015 pela ABRASA / Certificado pela ALAF de Destaque Literário em 2014 7 Troféu destaque Mulheres Notáveis – Cecília Meireles- Itabira/MG, 2014 Participou de várias coletâneas e antologias nacionais e internacionais.
As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do Jornal Clarín Brasil – JCB News, sendo elas de inteira responsabilidade e posicionamento dos autores”