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VIDA LONGA AOS ESQUISITOS – Paulo Siuves 

Talvez a ‘normalidade’ seja apenas um mito cruel

VIDA LONGA AOS ESQUISITOS

Paulo Siuves 

Ergam as taças tortas, 

brindemos aos desajustados! 

Aos que dançam fora do compasso, 

aos que cantam em tons dissonantes, 

e colecionam borboletas imaginárias 

no jardim secreto da alma. 

Ergam as taças lascadas, 

longa vida aos que usam meias desencontradas,  

aos que riem sem motivo aparente, 

que riem de piadas sem graça,

aos que preferem a companhia dos gatos

à luz fria dos holofotes.

Que floresçam os que pensam com a razão 

e sentem com o coração, 

os que veem o mundo de cabeça para baixo 

e encontram beleza no caos.

Eles têm a alma bordada com linhas invisíveis, 

os olhos que brilham com a luz das estrelas esquecidas, 

os ouvidos que escutam o sussurro do vento entre as árvores.

Suas mentes são labirintos luminosos, 

onde se perdem e se encontram em 

becos sem saída, 

descobrindo tesouros que os ‘normais’ jamais ousariam procurar.

Enquanto o mundo corre atrás do efêmero, eles contemplam o eterno. 

Enquanto os outros cultivam a aparência, eles nutrem a essência.

Seus sorrisos iluminam dias cinzentos, 

suas lágrimas são pérolas raras

que lavam a alma do mundo.

Que pena dos que se encaixam nas caixas pré-fabricadas, 

dos que seguem a manada sem questionar,

dos que temem a própria sombra que os guarda.

Eles, os ‘normais’, com suas vidas lineares 

E sorrisos previsíveis, 

com suas risadas pasteurizados,

conversas mornas e sonhos engavetados, 

nunca entenderão a magia da diferença.

Aprisionados por seus ternos cinzas e saltos altos, 

desfilam pela vida sem nunca ousar voar com as próprias asas.

E no final das contas, 

quem são os verdadeiros esquisitos? 

Aqueles que ousam ser autênticos 

ou aqueles que se escondem atrás de máscaras sociais, 

com medo de serem descobertos 

em sua própria ‘normalidade’ disfarçada?

Talvez a ‘normalidade’ seja apenas um mito cruel, 

uma camisa de força que sufoca a alma 

e nos transforma em cópias uns dos outros. 

E os ‘esquisitos’? ah, os ‘esquisitos’! 

são provas vivas de que ainda existe esperança.

E que os esquisitos, como astros inquietos, 

Lembrem ao mundo que a beleza vive 

na diversidade que nos torna humanos.

Que continuemos a celebrar 

Vivas à ‘estranheza’;

Vivas à ‘esquisitice’;

Vivas à ‘diferença’. 

À singularidade que desafia moldes, 

pois é nela que pulsa 

a esperança da humanidade.

Pois, no final das contas, 

é na diversidade que reside 

a verdadeira beleza do mundo. 

E que os ‘normais’ nos perdoem, 

por sermos tão desajustados.

E que os ‘normais’ nos perdoem, 

por sermos tão… humanos.

Paulo Siuves

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