No mês da Mulher, conheça a equipe da Polícia Civil que representou o Brasil pela primeira vez em competição em Dubai

Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 07/03/25
Um grupo de sete policiais civis de São Paulo fez história como a primeira equipe feminina do Brasil a participar do Swat Dubai Challenge, a “Copa do Mundo das Polícias”, em fevereiro deste ano. A competição, realizada nos Emirados Árabes, avalia ações de tática, precisão e trabalho em equipe.
Com provas que incluem tiro, rapel e situações de resgate, o torneio envolveu equipes policiais de 46 países divididos em 120 times.
A formação do grupo que partiu de São Paulo até Dubai incluiu integrantes do Grupo de Operações Especiais (GOE), do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), entre outros. A maioria das integrantes atua na Região Metropolitana de São Paulo.
“Ter uma equipe feminina em uma competição de alto nível como o Swat Dubai Challenge é motivo de grande orgulho. Isso demonstra não apenas a competência técnica e tática das nossas policiais, mas também reforça a importância da presença feminina em todos os espaços da segurança pública”, diz Victorya Lopes Anjo, escrivã da Polícia Civil e integrante da equipe.

A Swat Dubai Challenge estreou a participação de times femininos na competição em 2024. Depois do torneio, a Polícia de Dubai mandou um convite ao Grupo de Responsabilidade Tática (GRT) para a participação de mulheres da Polícia Civil de São Paulo.
O responsável pelo GRT, que também faz parte do GOE de São Bernardo do Campo, fez a seleção e participou do treinamento do time, que viajou aos Emirados Árabes para o início da competição.
O grupo de policiais que foi ao Swat Dubai Challenge era composto pelas investigadoras Carla Regina Nastri, Elaine Rufino, Luciana Saens, Marcelle Rahal, Tainã Castanharo, pela agente policial Denise Lessa e pela escrivã Victorya Lopes Anjo.
Obstáculos em Dubai
Os desafios que as policiais enfrentaram começaram pela distância. Com 14 horas de voo, a equipe paulista teve que superar o pouco tempo de sono e o desgaste físico logo no começo da jornada. Já nos Emirados Árabes, foram quatro dias treinando para enfrentar cinco dias consecutivos de competição. Tudo isso em meio ao calor, além da cultura e gastronomia diferentes do que as brasileiras estavam acostumadas.
A preparação, porém, começou antes: desde julho de 2024 as policiais treinavam para as provas da Swat Dubai Challenge. Nesse tempo, elas ressaltam a importância do apoio de seus superiores, que deram respaldo ao tempo investido no treinamento. Com isso, a equipe conseguiu conciliar os treinos com as atividades do dia a dia, que incluem apoio a operações policiais e até a rotina como mãe.
“Todas deram o máximo, muitas vezes tendo de conciliar com questões pessoais. Foram seis meses de preparação para o campeonato”, diz a investigadora Carla Regina Nastri, da Delegacia Seccional de São Bernardo do Campo.
Com 35 anos de carreira como policial, Carla foi a primeira mulher a integrar o Garra da Seccional de São Bernardo do Campo. Ela considera a participação no torneio um marco: “[Esse campeonato] Foi para coroar a minha carreira. Tive muito orgulho de ter participado e uma sensação de ter feito a diferença dentro da instituição.”
Aprendizados
Os esforços levaram muitas das policiais ao limite. Três delas chegaram ao Brasil lesionadas por conta dos esforços exigidos pelas provas. O saldo, no entanto, foi positivo. Com a presença de mais 45 países, a equipe da Polícia Civil de São Paulo pôde trocar experiências e adquirir aprendizados com agentes do mundo todo.

“O contato com equipes de elite nos permitiu conhecer novas técnicas, táticas operacionais e estratégias que podem ser adaptadas à nossa realidade. Além disso, a competição reforçou a importância do trabalho em equipe, da tomada de decisões sob pressão e da preparação física e psicológica para situações extremas. Esse intercâmbio fortalece nossas habilidades e contribui para elevar ainda mais o nível das forças policiais brasileiras”, diz Victorya Lopes Anjo.
Representatividade
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, há cerca de 6 mil mulheres na Polícia Civil, o que representa 24% do total da corporação. As participantes do torneio de Dubai esperam que experiências como essas tragam cada vez mais mulheres para a Polícia Civil. “Temos um número muito grande de mulheres em todas as carreiras, com representatividade muito grande. Sabemos que elas podem estar onde quiserem e que é muito do esforço de cada uma conquistar o seu espaço. Esse é o recado que precisamos deixar para as futuras mulheres que queiram ingressar na Polícia”, afirma a Dra. Kelly Cristina Sacchetto, delegada seccional São Bernardo do Campo.
SP Por Todas
SP Por Todas é um movimento promovido pelo Governo do Estado de São Paulo para ampliar a visibilidade das políticas públicas para mulheres, bem como a rede de proteção, acolhimento e autonomia profissional e financeira para elas.
AgênciaSP