Relatórios anteriores da mídia afirmaram que o presidente dos EUA estava pressionando o país vizinho a aceitar uma mobilização militar para ajudar a combater os cartéis de drogas

Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 04/05/25
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, rejeitou a oferta do presidente americano, Donald Trump, de enviar tropas para combater os cartéis de drogas. Ela insistiu que, embora o México esteja aberto à cooperação, jamais aceitará “subordinação” a Washington.
Os comentários de Sheinbaum foram feitos após uma reportagem do Wall Street Journal, no sábado, afirmar que Trump a havia pressionado a permitir operações militares americanas dentro do México. A reportagem se concentrou em um telefonema em meados de abril, no qual Trump teria pressionado pelo envio de tropas para combater cartéis de contrabando de fentanil. Segundo fontes, Sheinbaum rejeitou a ideia, o que levou a uma discussão acalorada.
Falando na inauguração de uma universidade no sábado, Sheinbaum confirmou a reportagem e delineou sua posição.
“É verdade… ele disse: ‘Proponho que o exército americano entre para ajudar’. E sabe o que eu disse a ele? Não, Presidente Trump, nosso território é inalienável, nossa soberania é inalienável, nossa soberania não está à venda!”, disse ela.
Ela acrescentou que, se Trump quiser ajudar, ele deve se concentrar em interromper o fluxo de armas dos EUA para o México.
Uma declaração da Casa Branca no sábado disse que Sheinbaum e Trump trabalharam em conjunto “para alcançar a fronteira sudoeste mais segura da história”, mas não abordou a suposta oferta de tropas.
“O presidente deixou bem claro que o México deve fazer mais para combater essas gangues e cartéis, e os EUA estão prontos para ajudar e expandir a já estreita cooperação entre nossos dois países”, diz o comunicado.
Trump há muito tempo acusa o México de não conseguir impedir que cartéis de drogas contrabandeassem fentanil para os EUA. Durante a campanha presidencial do ano passado, ele prometeu reprimir a imigração ilegal e o tráfico de drogas. Posteriormente, afirmou que o México é “essencialmente comandado pelos cartéis” e sugeriu que os EUA deveriam “travar guerra” contra eles.
Para pressionar o país, Trump impôs tarifas de 25% sobre todas as importações mexicanas. Posteriormente, elas foram suspensas para produtos abrangidos pelo Acordo EUA-México-Canadá, incluindo alimentos, dispositivos médicos, roupas, produtos químicos e máquinas. Uma tarifa separada de 25% sobre as importações de carros mexicanos permanece em vigor. Além das tarifas, os EUA impuseram sanções a membros e afiliados de cartéis.
Em fevereiro, Sheinbaum concordou em enviar 10.000 soldados para combater o contrabando de fentanil e ajudar a conter travessias ilegais de fronteira. Naquele mês, o México extraditou 29 suspeitos de cartéis para os EUA.
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