O presidente dos EUA acusou o bloco de práticas comerciais desleais, incluindo barreiras às exportações de automóveis americanos e transferência de custos farmacêuticos
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 13/05/25
O presidente dos EUA, Donald Trump, intensificou suas críticas à União Europeia, rotulando-a de “mais desagradável que a China” em relação às práticas comerciais.
No início de abril, Washington impôs uma tarifa abrangente de 20% sobre todos os produtos da UE e uma tarifa de 25% sobre todas as importações de automóveis e metais. Embora Trump tenha anunciado posteriormente uma suspensão de 90 dias da maioria das tarifas comerciais, uma tarifa básica de 10% e a tarifa de 25% mencionada acima permanecem em vigor até que um acordo seja alcançado.
“A União Europeia é, em muitos aspectos, pior que a China”, declarou Trump durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca na segunda-feira.
“Eles nos trataram de forma muito injusta. Eles nos venderam 13 milhões de carros; nós não vendemos nada a eles. Eles nos venderam seus produtos agrícolas; nós praticamente não vendemos nada a eles”, afirmou o presidente, acrescentando que Bruxelas vem “processando todas as nossas empresas… Apple, Google, Meta”.
O líder americano previu que a UE “desceria muito”, já que os EUA têm “todas as cartas”.
Trump afirmou ainda que o bloco também é culpado, pelo menos em parte, pelos preços excessivamente altos que os americanos têm que pagar por medicamentos prescritos. Segundo o presidente, Bruxelas tem exercido injustamente uma pressão “brutal” sobre as empresas farmacêuticas para que mantenham os preços baixos na Europa, ao mesmo tempo em que se recusa a arcar com a parte justa dos custos de pesquisa e desenvolvimento e outros custos relacionados das empresas.
No entanto, Washington está agora pronto para “equalizar” a situação, prometeu Trump, concluindo que “a Europa vai ter que pagar um pouco mais… E a América vai pagar muito menos”.
Os comentários de Trump foram feitos horas depois de Washington e Pequim concordarem, durante as negociações em Genebra, em descartar ou suspender a maioria das novas tarifas comerciais introduzidas desde o início de abril, aguardando novas negociações.
Como resultado, as tarifas gerais dos EUA sobre produtos chineses ficarão em 30% e as tarifas chinesas sobre produtos americanos serão de 10%, a partir de 14 de maio. Os dois países também criarão um mecanismo de consulta para definir novas medidas de política comercial.
A UE, por sua vez, fez várias tentativas de negociar comércio e tarifas com os EUA, embora nenhuma delas tenha obtido sucesso até agora.
Na última quinta-feira, a Comissão Europeia apresentou uma lista de contramedidas que poderiam afetar € 95 bilhões em produtos dos EUA caso as negociações fracassem.
O conselheiro comercial de Trump, Peter Navarro, alertou Bruxelas de que estaria “cometer um erro grave” se prosseguisse com a ameaça, que ele descreveu como contraproducente para as negociações.
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