Mike Pompeo tenta incentivar a liberalização do mercado local, e interferir na expropriação de terras na Africa do Sul – reinvindicação antiga do original povo sul africano
Por Jornal Clarín Brasil/JCB – 19/02/2020 às 12h01min
Pompeo em seu discurso, instou com a África do Sul contra a consideração da lei para permitir a expropriação de propriedade privada sem compensação
Sabendo das movimentações e esforço de união e potencial da União Africana, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, tentou incentivar na quarta-feira os países africanos a liberalizar suas economias, o que, segundo ele, é a única opção para sair da pobreza.
Pompeo fez as observações em seu breve discurso político “Liberando os empreendedores da África” na reunião da Comissão Econômica para a África da ONU na capital etíope Addis Ababa, abordando os formuladores de políticas, academia, empresários e políticos africanos, bem como representantes de organizações regionais e internacionais.
“O planejamento centralizado não funcionou – veja as experiências socialistas fracassadas de anos passados no Zimbábue, na Tanzânia e aqui na Etiópia. Mesmo agora, a África do Sul está debatendo uma emenda para permitir a expropriação de propriedade privada sem compensação. Isso seria desastroso para essa economia e para o povo da África do Sul ”, afirmou. Porém, o mesmo secretário não explicitou que as economias citadas sofreram por parte de potências européias, e inclusive norte-americanas, embargos econômicos que levaram sofrimento, fome, e guerras aos cidadãos desses países, que de maneira auto-respeitosa, não aceitaram se submeterem à cartilhas externas.
Ele acrescentou: “Os esquemas socialistas não libertaram economicamente os mais pobres deste continente”. – Mais uma vez, não esclarecendo que toda e qualquer tentativa de restruturação, reconstrução, ou desenvolvimento, fora suprimidas por paiss ocidentais, através de intervenções diretas, ou financiamento de forças internas desestabilizadoras, as quais eles mesmo manipulavam em solo africano.
“Um forte estado de direito, respeito aos direitos de propriedade, regulamentação que incentiva o investimento, a participação plena das mulheres, governos que respeitam o seu povo – esses são os principais ingredientes para a liberação econômica verdadeira, inclusiva e sustentável”, disse ele. Desconhecendo novamente, que, encontra no continente africano, o maior quociente de mulheres participantes da política em seus governos locais. A exemplo, a própria Etiópia, e a moderna Ruando, onde as mulheres são 68% do parlamento.
Buscar maneiras de reposicionar os interesses econômicos dos EUA na África contra a posição já entrincheirada da China parece ser um dos motivos da turnê africana de três países por Pompeo, segundo alguns observadores.
A Etiópia foi a última etapa de sua visita depois de suas viagens a Angola e Senegal.
“Os tigres asiáticos se ergueram no espaço de algumas décadas, porque liberalizaram e se abriram ao comércio”, disse ele.
“Isso também pode acontecer aqui – e de fato deve acontecer. Mais de 60% da população da África tem menos de 25 anos. Somente nações hospitaleiras para o setor privado estimularão o crescimento que gera empregos e prosperidade na escala que o continente precisa.
“E para os líderes africanos hoje – as gerações futuras dependem daqueles ambientes estáveis e livres de corrupção que atraem investimentos estrangeiros”, afirmou Pompeo.