“Queremos saber não apenas quem o matou, mas por que nosso pai foi morto”, diz Ilyasah Shabazz.
Por Jornal Clarín Brasil / JCB – 22/02/2020 às 08h33min
A filha de Malcolm X disse em comentários publicados na última sexta-feira(21), que ela e sua família estão “agradecidas” por o promotor de Manhattan estar analisando o caso de seu pai.
“Acho que falo em nome da minha família, neste caso, quando digo que sou grata por Cyrus Vance, procurador do distrito de Manhattan, estar pensando em re-abrir esse caso e investigar quem realmente matou nosso pai”, Ilyasah Shabazz, de 57 anos, uma das seis filhas de Malcolm, disse durante uma entrevista ao site de notícias Democracy Now.
“Acho que falo em nome de muitos milhões de apoiadores e seguidores neste país e em todo o mundo, quando digo que queremos saber não apenas quem o matou, mas por que ele foi morto”, acrescentou.
Malcolm X, nascido Malcolm Little, foi morto a tiros no Audubon Ballroom, em Manhattan, há 55 anos, aos 39 anos.
Novas perguntas foram trazidas à tona em torno de seu assassinato e a condenação de dois dos três homens ligados à Nação do Islã pelo assassinato, após o lançamento do documentário Who Killed Malcom X na Netflix.
Thomas Johnson, Norman Butler e Talmadge Hayer foram considerados culpados pelo assassinato de Malcolm. Mas Hayer afirmou que, enquanto ele estava envolvido no crime, nem Johnson nem Butler participaram e são inocentes.
O documentário da Netflix explora a possibilidade de Hayer ter sido assistido por outros homens, incluindo William Bradley, um membro da Nation of Islam de Newark, Nova Jersey.
Bradley, também conhecido como Al-Mustafa Shabazz, era “um criminoso infame” que “usava o assassinato de Malcolm X como um distintivo de honra”, disse Abdur-Rahman Muhammad, historiador que participou da série Netflix. a entrevista Democracy Now.
“Este foi o seu crédito nas ruas, que ele foi quem matou Malcolm. E ele lembraria você disso”, disse Muhammad.
A filha de Malcolm acrescentou: “Se ele não foi preso, obviamente alguém o protegeu”.
“Alguém o protegeu de ir para a cadeia. E alguém o protegeu tanto que ele se sentiu invencível a continuar vivendo em plena luz do dia, sabendo que ele havia acionado o gatilho e, reconhecidamente, meu pai”, disse ela.
O documentário, que acompanha críticas sobre a forma como o caso de Malcolm foi tratado, levou o promotor Cy Vance a lançar uma revisão preliminar do caso de Malcolm. Etapas adicionais podem ser tomadas dependendo do que a revisão descobrir, de acordo com vários relatórios.