Por Paulo Siuves – Academia Mineira de Belas Artes / Jornal Clarín Brasil/ JCB 24/02/2020
CARNAVAL DO ZÉ NINGUÉM
Por Paulo Siuves
O carnaval, para mim, parece mágico.
Lá estão homens e mulheres pernósticos,
Divertem-se ao som das marchas célebres;
Das composições com caráter lúgubre,
Às músicas cantadas por vozes lânguidas.
Nas ruas onde janelas assistem bêbedas,
Homens são mulheres, e mulheres? Tão párvulas…
O carnaval, assim, parece trágico.
E homens e mulheres divertem-se lépidos…
Lá vai o Zé Ninguém cheio de ânimo,
Depois de um dia passado insípido,
Maquiado e vestido de maneira insólita,
Perseguindo curvas nas curvas íngremes
Dos bairros animados pelas recentes bátegas
E os rios descem vândalos,
Mas a festa desce incólume.
Não vamos apenas chorar as catástrofes.
Vamos rir o nosso estado efêmero,
Balançando bandeirolas, Brasil brasileiro!
Préstitos corações em festas de rua.
Íntimos são os artesãos da alegria.
Acróbatas, Colombinas, pierrots e arlequins.
Artífices poetas dirão:
Abram alas para mim, um bufão,
Um triste e apaixonado folião.
Ânimo! Tudo é festa no salão,
E o ano já vai começar…
Paulo Siuves é escritor, Formando da Universidade Federal de Minas Gerais, Presidente da Academia Mineira de Belas Artes, Embaixador Cultural da Academia de Letras do Brasil, Músico e Agente de Segurança Pública em Belo Horizonte, e escreve semanalmente para o Jornal Clarín Brasi
Gostaria de parabenizar o escritor Paulo Siuves pela matéria “CARNAVAL DO ZÉ NINGUÉM”. Melancólico mas real e intenso. Fantástico