A cúpula da ONU está atenta ao risco de agressões aos direitos dos já vulneráveis sociais, como presidiários, idosos e crianças
Por Jornal Clarín Brasil/JCB – 27/02/2020 às 09h02min
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu hoje que as quarentenas estabelecidas para conter a epidemia de coronavírus sejam “proporcionais” às ameaças e respeitem os direitos das pessoas, incluindo a liberdade de expressão, além do trânsito livre.
Num apelo feito ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, Bachelet sublinhou que a luta contra o Covid-19 deve ser guiada pelos direitos humanos, exigindo que medidas de saúde pública sejam tomadas “sem qualquer discriminação” e “com toda a transparência”.
As quarentenas, por natureza, “restringem o direito à liberdade de movimentos, mas devem ser proporcionais aos riscos” e “limitadas no tempo”, afirmou.
“Os direitos das pessoas em quarentena devem ser protegidos, incluindo o direito de ter acesso a alimentos e água potável, o direito a ser tratado com humanidade, a ter acesso a cuidados de saúde, a serem informadas e a manterem a liberdade de expressão”,concluiu.
UN rights chief Michelle Bachelet also voices serious concern for 'vulnerable groups' of people 'living in collective institutions, including many older people and people deprived of their liberty.' #coronavirus #nCoV https://t.co/i9Y2iWbbUA
— Rappler (@rapplerdotcom) February 27, 2020
Bachelet adiantou que os departamentos nacionais do Alto Comissariado vão apoiar todas as partes para proteger os direitos de todos os afetados por esta crise sanitária.
A alta comissária para os Direitos Humanos referiu a vulnerabilidade particular das pessoas que estão a viver em instituições, “como muitos idosos ou pessoas privadas de liberdade” que são, “muito provavelmente mais vulneráveis à infeção”.
Com origem na China, no final do ano passado, a epidemia espalhou-se para cerca de 40 países e infetou mais de 80.000 pessoas, provocando a morte de mais de 2.700 em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Segundo Bachelet, a epidemia de Covid-19 provocou “uma onda perturbadora de preconceito contra as pessoas da China ou do Sudeste Asiático”, pelo que pediu a todos os países que “combatam todas as formas de discriminação
*Conteúdo UN News