Confirmando-se as emendas, e Vladimir Putin concluindo os mandatos, será ele o governante que mais tempo haverá permanecido no poder da Russia desde os tempos o império
Por Jornal Clarín Brasil/JCB – 11/03/2020 às 10h51min
*Conteúdo Agência Russa Tass
Moscow – A segunda leitura das emendas presidenciais à Constituição na terça-feira resultou na inesperada visita do presidente russo Vladimir Putin à Duma do Estado (câmara baixa do parlamento). O chefe de Estado disse ao parlamentar que não haveria eleições parlamentares rápidas e que “zerar” o número de mandatos presidenciais era viável, escreve Vedomosti.
A parlamentar Valentina Tereshkova, que foi a primeira mulher a voar para o espaço, propôs o levantamento de restrições ao número de mandatos presidenciais ou a “redefinição para zero” dos mandatos do presidente em exercício. Um total de 380 legisladores aprovou a iniciativa de Tereshkova, enquanto 43 votaram contra.
Urusi imekubali Putin kuongoza mpaka 2036 hata kama muda wake unaisha 2024
— Antweny Sawe (@antwenys) March 11, 2020
Putin: “amesema kwake kuendelea kuwa Rais wa Urusi hata milele sio tatizo kama tu Mahakama itasema mabadiliko hayo hayakikuki Katiba ya Nchi.”
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Isso dá a Putin espaço adicional e assegura que ele mantenha a iniciativa política, segundo o documento Dmitry Badovsky, presidente do Conselho de Administração do Instituto de Pesquisa Socioeconômica e Política (ISEPR). “O direito de ser eleito não significa a obrigação de ser eleito. Isso dependerá da situação no mundo e na Rússia e de como os ramos do governo funcionarão nos próximos anos. No entanto, a existência desse direito será uma mecanismo de estabilização e segurança do sistema em meio a sua operação sob novas circunstâncias “, explicou.
A decisão sobre a nomeação de Putin será tomada mais perto de 2024, e Putin não necessariamente aproveitará essa oportunidade, diz o cientista político Yevgeny Minchenko. “A opção ‘redefinir para zero’ parecia ser a mais fácil, além de mais compreensível e confiável. Além disso, os sociólogos dizem que essa opção conta com o apoio de uma parte considerável da população”, disse ele.
Por outro lado, Ilya Shablinsky, professora da Escola Superior de Economia, acredita que existem problemas legais relacionados a essa iniciativa. Do ponto de vista jurídico, consagrar a disposição, que efetivamente bloqueará a restrição do número de mandatos presidenciais por 12 anos, seria absurdo, afirmou. “Esta emenda põe em questão o papel da Constituição como tal”, destacou o especialista.