Por Nathielle Aroeira Colunista do Jornal Clarin Brasil/JCB – Belo Horizonte 15/03/2020
Pandemia
Essa semana eu estava assistindo ao famoso filme de Robert Zemeckris, De Volta Para o Futuro 2.Vi que os cineastas tinham uma ideia bem otimista sobre o suposto futuro, com carros voadores, tênis que se amarram sozinhos, patinetes que não tocam o chão e por aí vai.
Mas esse mês de Março atingimos o incrível patamar de propagarmos a ideia de que … PASMEM… precisamos lavar as mãos.
Então eu comecei a pensar a respeito
Eu, que achava que esse conceito já era intrínseco em nossa educação, fiquei espantada quando começaram campanhas de incentivo dessa prática.
Desde sempre aprendi que devemos sempre lavar as mãos, por inúmeros motivos de higiene e proteção para conosco, principalmente antes das refeições.
Num texto de Aron Moss, sobre costumes judaicos, ele até classifica como ridículo o ato de lavarem as mãos após lavarem as mãos.É isso mesmo. No ritual judaico é preciso que as mãos estejam limpas para que só então elas possam ser realmente purificadas com a lavagem que é feita através da água de uma caneca que é despejada por três vezes.
Notemos que a limpeza não é somente um ato de nos livrarmos das impurezas, mas também um ato de nos tornarmos puros.
O que quero dizer com isso?! Quero dizer que a limpeza não é um ato superficial, a limpeza verdadeira é quando aprendemos e mudamos nosso hábito que antes nos prejudicava para um que produza consequências positivas e não somente na nossa vida, mas na vida de quem nos cerca.
A verdadeira limpeza nos torna puros.
E notei que o que mais falta em nós é limpeza, pureza.
Mas não somente na questão espiritual, que também nos traria benefícios como auto controle e equilíbrio emocional, mas nos falta a humildade de aceitarmos e reconhecermos nosso lugar nesse planeta, nos falta aprendermos a cuidar da natureza e de nossos ambientes de convivência, Nos falta muita empatia, gentileza, respeito. Nos falta lembrar que fazemos parte de um ciclo, e que sermos o melhor que podemos é o que nos torna genuinamente puros.
Um simples gesto como ser grato pelo alimento, considerá-lo sagrado e nos santificarmos.
A constância do cuidado nos mostra quem é limpo ou puro. Estar limpo é superficial, ser puro é postura e determinação.
Lavem suas mãos
Shalom
Excelente artigo, nos faz refletir não só sobre a fragilidade da vida como sobre a necessidade de sermos mais humanos, mesmo que menos perto fisicamente um do outro!
Parabéns à autora.