Escrever um livro
Por Ângelo Roberto
Escrever um livro, plantar uma árvore e ter um filho. Apesar do clichê a nos remeter à significação de um legado, um ato memorável, a expressão até então é insuperável para manifestar toda essa relevância desses marcos.
Dentre as potentes possibilidades, sem sombra de dúvidas, a perspectiva de escrever um livro se destaca hegemonicamente. É a mais aclamada opção e tem forte apelo também comercial, como um produto de visionária ambição.
Grosso modo, a ter um filho -que é tido como uma consequência natural- desprovidas na maioria das vezes da verbalização de tal anseio. Quanto a plantar uma árvore, que predominantemente mantém o agente do plantio no anonimato, destituído de qualquer eventual reconhecimento.
Neste contexto, estima-se que a maioria dos mortais há de almejar a escrever um livro às alternativas em questão. Nas páginas de um livro, o autor grava indelével o seu nome na história, no rol da bibliografia de uma civilização. Consubstanciando-se através do registro material de suas produções.
Mas, se por um lado pode alcançar inclusive a glória, por outro é inerente o risco de eventual decepção. Para o bem e para o mal “quem não é visto, não é lembrado” aquele que amiúde o é, qualquer eventual “falha” dificilmente ignorada será. Ao contrário das palavras ditas, que logo se esvaem, a repercussão do materialmente publicado é de incontrolável alcance. É também imprevisível a potencialidade de lugares e leitores a que o possa acessar.
Qualquer expressão indevida, ou interpretação não intencionada, podem causar rusgas até mesmo com implicações legais.
Dessa forma, apesar do desejo, a inspiração e transpiração para compor e produzir um livro deve ser bem criteriosa e com responsabilidade.
Além de todas essas cautelas, imperam decisivamente ainda os custos da produção. Mas apesar das notórias dificuldades para se concretizar as vezes esse “sonho de consumo”, nos últimos tempos tem surgido mais amplas oportunidades de publicação.
Em próxima ocasião, tratarei nesta coluna da experiência na viabilização de meus livros publicados e alguns outros organizados.
E você, caro leitor, já pensou em escrever sua história, ideias ou o registro poético de seu olhar e percepções?