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O TEMPO E O MILHO – Por Eluciana Íris

O que podemos achar do tempo de crescimento do “pé” de milho, é pouco ou muito?

Por Eluciana Íris – Jornal Clarín Brasil JCB – Belo Horizonte em 31/10/2020 às 12hs05mins

O TEMPO E O MILHO

Sabe aquele mingau/ curau/ jimbelê/ canjica nordestina de milho verde, ou
uma pamonha doce ou salgada fresquinha que enche a boca d’água só de pensar?

Então, já parou para pensar que ele, o milho verde, já foi semente um dia e
precisou de mãos humanas para plantar e cuidar?
Pode até vir no pensamento, que nos tempos atuais tem propriedades
automatizadas, tem máquinas para fazer o plantio. Você não está totalmente errado, não deixa de ser uma verdade, tem sim máquinas, mas as mesmas precisam das mãos humanas calejadas ou não, necessárias ao trabalho árduo, suado de sol a sol.


A terra por sua vez pode nem estar aí, nem ligando para quem vai fazer o
trabalho do preparo do plantio, ela tem algumas certezas bem fortes, a terra precisa ser adubada, fertilizada, deixa-la em condições apropriadas e necessárias para receber a semente, o embrião germinativo.


Ela o acolhe com bom grado, e é ali na terra que o embrião vai fecundar, sair do seu casulo protetivo, é dependente de água, sol e vento, o seu crescimento poderá variar de 90 a 100 dias, o que dá aproximadamente três meses. Um espetáculo de transformação, de centímetros para metros.
Do fundo da terra emergirá um “pé” de milho, vistoso e exímio bailarino verde que dançará com o vai e vem dos ventos durante sua juventude. E quando num piscar de olhos do tempo estará em outro patamar de lugar, sairá do ventre do milharal para uma panela de metal quente, passando de mãos.


O que podemos achar do tempo de crescimento do “pé” de milho, é pouco ou muito? O tempo que leva da germinação da semente, da colheita até o consumo final.
É um alimento que desperta vários sentidos no corpo ao mesmo tempo, ao enxerga-lo desperta as salivas gustativas, a boca enche de água, o cheiro revive lembranças, o gosto é peculiar e marcante, a cor desperta a vontade de consumir, induz a fome.

Gera incógnitas, tenho fome de quê? De degustar ou de matar a fome?
Fome de necessidade ou fome de ansiedade?
Veja o quanto é interessante o ponto certo da colheita, uma maneira prática de saber é olhar o visual do cabelo do milho, isso mesmo, milho tem cabelo, e muda de cor, por incrível que pareça, a cor do cabelo do milho vai determinar a hora da colheita.

Se o cabelo for loiro não está granado, de nada adianta colher, se o tom do cabelo passar para coloração castanho escuro, “eureka”, está na hora de colher.

Em pensar em tempo, e definir se é o “muito” ou “pouco” pode depender de
inúmeras variáveis.
Se tem fome o tempo é urgente, a fome tem o poder de mudar o humor,
mudar o metabolismo, cair a glicose, ficar lento o pensamento, esvair as forças feito água escoando pelo ralo, não consegue segurar a onda.

Se está em uma praia de férias, curtindo o sol, recebendo o vento refrescante, saboreando água de coco gelada, pés descalços na areia, ouvindo o som de gaivotas, vendo o correr das nuvens, degustando um camarão no espetinho, pra que pensar no tempo se é muito ou pouco. O relógio não tem ponteiros neste momento, o tempo é guiado pelo roncar do estômago e pestanejar dos cílios. Quantas vezes você leitor deixou o relógio no bolso durante suas férias?


Se está em um leito de hospital e necessita de urgência no atendimento, cinco minutos pode ser fatal, o tempo é implacável, é feroz, todo segundo de milésimos é importante e decisivo. Menosprezar 1 minuto pode custar vidas!


Para um recordista de natação, milésimos de segundos é muito, se ele atrasa meio milésimos de segundo, o concorrente que vinha atrás vence e sobe ao pódio em primeiro lugar.


O tempo em algum momento foi classificado, por século (100 anos), década (10 anos), ano (365 dias), mês (30 dias em média), dia (24horas), hora (60 minutos), minuto (60 segundos).


Hoje em dia o tempo pode ser medido através de relógio, celular, computador etc., e no passado civilizações usavam o relógio solar (Gnômom), houve momento da civilização que usavam a ampulheta (relógio de areia).

Certo que a humanidade é guiada pelo tempo.
Fica várias perguntas que não há como responder prontamente.

  • É possível imaginar nossa vida sem esta ferramenta de consultar a hora?
  • Será que somos dependentes de controle do tempo em nossas vidas
    diariamente?
  • Quantas vezes o relógio é consultado em um dia?
    -Qual frequência?

-Há necessidade real de consultar a todo instante o tempo?
O tempo é mesmo instigante, inspirou livros, músicas, e filmes, que estão
eternizados. Há uma infinidade de construções culturais, guiadas pelo tempo, eis alguns exemplos.


 Livros: O Tempo e o Vento é uma série literária do escritor brasileiro Erico
Verissimo. 
 Livro: O nome e o tempo dos Yaminawa – escritor Oscar Calavia Sáez
 Livro: A linha do tempo – escritora Monica Kerr
 Musica O tempo não para (Cazuza)
 Música Oração Ao Tempo (Caetano Veloso)
 All The Time  (Green Day)
 Filme: O Tempo e o Vento, filme brasileiro 2013
 Filme: Questão de Tempo
 Filme: Uma Dobra No Tempo
 Filme:TimeCop: O Guardião do Tempo

Será que o TEMPO se tornou ou sempre foi o senhor todo poderoso do controle
da vida, seja das sementes do milho, ou seja da vida dos humanos.

Eis a questão!

Eluciana Cardoso 31007 (PHS) Deputada Estadual | Minas Gerais | Eleições  2018

Eluciana Iris Almeida Cardoso
Escritora, poeta, nutricionista, bacharel em Direito
Vice presidente da Academia Mineira de Belas Artes e membro de várias academias.
Colunista do Jornal Clarín Brasil
Autora do livro Comidas Afetivas E Poemas Combinação Perfeita, participação em diversas antologias de poesias e história infantil no Brasil e exterior.

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6 Replies to “O TEMPO E O MILHO – Por Eluciana Íris

  1. “Eu vejo o futuro repetir o passado
    Eu vejo um museu de grandes novidades
    O tempo não para
    Não para não, não para”
    Cazuza

  2. O tempo é que nos consulta a realidade dele em nossa vida, por ser cobrador e instigante, inspira a nos apossarmos dos segundos, pois a partir dos minutos ele fica descontrolado e não deixa mais ninguém eternizado. Por isso, viver é ser amigo do tempo, ou ele será cruel com os inimigos.

  3. Querida parabens pelo artigo!Fez-me recordar…”E’ il tempo che hai perduto per latua rosa che ha reso la tua rosa cosi importante”.
    ANTOINE DE SAINT-
    EXUPERY

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