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ACADEMIA MINEIRA DE BELAS ARTES – Lin Quintino

Por Lin Quintino – Jornl Clarín Brasil JCB – Belo Horizonte em 06/11/2020 às 10hs20mins

Assim, quanto mais lírico o poema, menor será a distância entre o eu e o mundo, que se fundem e confundem

O GÊNERO LÍRICO

Lin Quintino – Poeta/Psicóloga

Muitas pessoas ao lerem um poema, acabam confundindo o poeta e o “eu lírico” que é a voz central em que o poeta se apoia para exprimir seu estado d’alma, suas emoções.

No poema lírico há sempre um “eu” que se expressa, daí vem o subjetivismo muito atribuído a este tipo de escrito. Mas, nem por isso, ao lermos um poema devemos confundir o “eu lírico” com o autor do texto, mas sempre lembrar que se trata de um universo fictício, em que os elementos da realidade concreta entram, mas não deve ser confundido, pois o subjetivismo lírico, independe do autor, são dois momentos à parte.

Por ser o poema lírico carregado de emoção e afetividade e estar ligado ao sentimento, ocorre inconscientemente essa relação entre o autor e a obra. 

Assim, quanto mais lírico o poema, menor será a distância entre o eu e o mundo, que se fundem e confundem. 

No poema abaixo, o “eu lírico” fala da solidão, da ausência e da falta do amado. Expõe as emoções que são concretas e vívidas na realidade, mas no poema são fictícias. Não é a solidão da poeta, mas do “eu lírico”, a personagem de quem lança mão para compor o poema.

SOLIDÃO

Amarro, no peito,

a solidão

e sinto na carne

a falta do toque.

Ilusão, pensar

que ao cair da noite,

abrir-se-á à porta

teus passos em minha direção.

O vazio é a voz

silenciosa da saudade

povoando meus sentidos.

Quando penso

acalentado meu sono

a insônia é hóspede

em meus olhos.

Contar o tempo

na ausência é sangrar

aos poucos no desafio

de não se sentir vazia.

torcida | Fernando Machado

Lin Quintino – Mineira de Bom Despacho, escritora, poeta, professora e psicóloga. Academia das quais faz parte: Academia Mineira de Belas Artes – AMBA / ANLPPB- cadeira 99, / ALPAS 21, sócia fundadora, cadeira 16; / ALTO; / ALMAS; / ARTPOP; / Academia de Letras Y Artes Valparaíso (chile); / Núcleo de Letras Y Artes de Buenos Aires; / ACML, cadeira 61 Membro da OPB e da Associação Poemas à Flor da Pele. Autora dos livros de poemas Entrepalavras e A Cor da Minha Escrita. Comendas: destaque literário da ALPAS-21, / Ubiratan Castro em 2015 pela ABRASA / Certificado pela ALAF de Destaque Literário em 2014 7 Troféu destaque Mulheres Notáveis – Cecília Meireles- Itabira/MG, 2014 Participou de várias coletâneas e antologias nacionais e internacionais

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