Acredita-se que milhares de pessoas foram mortas e cerca de 44.000 fugiram para o Sudão desde o início dos combates em 4 de novembro.
Por Jornal Clarín Brasil JCB News -Belo Horizonte em 29/11/2020 ás 18hs33mins
Foguetes lançados da região da rebelde Tigray, no norte da Etiópia, atingiram a capital da Eritreia várias horas depois que o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, declarou que as operações militares na região haviam terminado.
O governo etíope lançou uma caça aos líderes dos rebeldes Tigray, neste domingo, depois de anunciar que as tropas federais tomaram a capital regional e as operações militares foram concluídas. O governo de Ahmed tem tentado reprimir uma rebelião da Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), um poderoso partido de base étnica que dominou o governo central de 1991 até Abiy chegar ao poder em 2018.
Ele disse na noite de sábado que as tropas federais assumiram o controle da capital Mekelle, em Tigrayan, poucas horas depois de lançar uma ofensiva lá, acabando com os temores de combates prolongados na cidade de 500.000 habitantes.
O primeiro-ministro, que se refere ao conflito de três semanas como uma questão de lei e ordem interna e rejeitou as ofertas internacionais de mediação, disse que a polícia federal tentará prender “criminosos” da TPLF e levá-los ao tribunal.
No entanto, o líder da TPLF Debretsion Gebremichael disse à Reuters em uma mensagem de texto na noite de sábado que as forças da TPLF continuariam lutando, levantando a perspectiva de que o conflito poderia se arrastar.
Acredita-se que milhares de pessoas foram mortas e cerca de 44.000 fugiram para o Sudão desde o início dos combates em 4 de novembro.
O conflito foi mais um teste para Abiy, que assumiu o cargo há dois anos e tenta manter unida uma colcha de retalhos de grupos étnicos que formam os 115 milhões de etíopes.
O fluxo de refugiados e ataques para a vizinha Eritreia ameaçaram desestabilizar a região do Chifre da África.