A retomada triunfal do ex-vice de Barak Obama pode coloca-lo no confronto direto contra o poderoso Donald Trump nas eleições presidenciais
Por Jornal Clarín Brasil / JCB – Belo Horizonte 04/03/2020 às 08h09min
Joe Biden ressurge e obtém vitória nos EUA na chamada “Super Terça”, montando uma ofensiva dramática contra o enérgico rival Bernie Sanders. Os dois democratas estavam disputando delegados, já que 14 estados e um território dos EUA realizam uma série de eleições de alto risco.
That’s right nigga #BidenMovement, #Biden2020 https://t.co/Drwi5w5ITx
— Piet Bosboom 🌜 (@PietBosboom) March 4, 2020
Joe Biden aproveitou o momento da corrida para se tornar o candidato democrata para fazer frente ao atual presidente Donald Trump com uma série de vitórias na “Super Terça-feira” contra o rival esquerdista Bernie Sanders, depois que suas possibilidades de candidatura pareciam ter quase entrado em colapso.
Sanders, que se auto-denomina socialista democrata, afirma que quer reformular a economia americana. O até então, aparente favorito, buscava uma vitória decisiva em um dia em que foram realizadas disputas de nomeação em 14 estados.
Em vez disso, os resultados mostraram um retorno triunfal do ex-vice-presidente de Barack Obama, Joe Biden, que poderá disputar mais uma vez às eleições norte-americanas.
“É uma boa noite e parece que está ficando ainda melhor! Eles não chamam de Super Terça à toa”, disse Biden à platéia em Los Angeles.
Bernie Sanders, de 78 anos, esperava uma vitória em seu estado natal, Vermont, no Colorado, e em Utah – com pesquisas de opinião também apontando para uma vitória no maior e mais rico estado em delegados de todos, a Califórnia.
Joe Biden, cuja campanha centrista parecia fracassar, tinha expectativas de vencer na Virgínia, Carolina do Norte, Alabama, Oklahoma, Tennessee, Arkansas e até mesmo no Minnesota, reduto de Sanders.
No Texas, onde Sanders também estava à frente nas pesquisas, Biden espera uma disputa equilibrada, com possibilidades uma vitória apertada.
Ousado e desafiador, Bernie Sanders comemorou adiantadamente suas vitórias ao atacar Donald Trump, chamando-o de “o presidente mais perigoso da história deste país”. Mas também atacou Joe Biden, por ter votado a favor da invasão do Iraque e de ter sua carreira politica manchada, por ter em seu histórico colaboradores bilionários em suas campanhas.
“Estamos desafiando o establishment político”, disse ele. “Você não pode derrotar Trump com o mesmo tipo de ideologia política.
Biden viu os resultados como prova de que sua tentativa de trazer a política americana de volta ao centro, após quatro anos do populismo de direita de Trump, está no caminho certo.
“Estamos muito vivos”, disse ele a uma multidão em Los Angeles. “Não se enganem, essa campanha obrigará Donald Trump à fazer as malas”.
APOIO AFRO-AMERICANO
Um dos grandes responsáveis pela retomada e vitorias de Biden foi o forte apoio dos afro-americanos ao ex-vice-presidente de Barack Obama – uma peça vital na coalizão de qualquer candidato presidencial da ala democrata.
LATINOS
No entanto, Biden não pareceu ter se saído bem com o grande eleitorado latino-americano, o que na Califórnia teria sido um pesadelo para Sanders, e a pá de cal para suas pretensões.
O ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, de 78 anos, e a senadora Elizabeth Warren foram os outros grandes nomes da votação.
Apesar de desembolsar quantias enormes de seu próprio dinheiro, o bilionário Bloomberg, vê distanciar-se seu sonho de ocupar a casa branca, pois, vitória mesmo, só obteve na pequena Samoa Americana no Pacífico.
DONALD TRUMP VIA TWITTER
Donald Trump, que acompanhou os resultados pela televisão, não perdeu tempo, acessou seu Twitter, e partiu para os ataques e insultos de sempre contra os democratas, ridicularizando a senadora Warren por perder em Massachusetts seu próprio estado natal.
But they really knew who was going to win! https://t.co/WZnOx6ZHmW
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 4, 2020
Joe Biden respondeu a Donald Trump no Twitter, dizendo: “Em novembro, vamos vencê-lo”.
SANDERS DEVERIA DESISTIR?
As 14 rodadas de indicação em todo o país fizeram do país, um campo de batalha, cada vez menos candidatos democratas para um grande números de delegados.
Muitos no Partido Democrata estão desesperados e insistem para que Sanders desista da corrida atrás de delegados, pois calculam que o senador será destruído em uma eleição direta contra Trump, que já sinalizou que usará contra ele, seu histórico, e sonho socialista para acabar com o modo de vida americano.
Joe Biden foi praticamente contado como inviável após uma campanha inicial tropeca, mas começou a se recuperar com uma considerável vitória na Carolina do Sul no sábado passado.
Seguiram-se as decisões coordenadas de outros dois candidatos moderados – Pete Buttigieg e Amy Klobuchar – para retirar e endossar seu ex-rival.
Michael Bloomberg agora enfrenta pedidos do Partido Democrata também para sair da corrida e não dividir o voto centrista, fortalecendo a um exclusivo oponente do poderoso Donald Trump, o chamou de o grande perdedor da noite, além de mini-Mike.
Biden may be pickin’ up smart, unlimited resources tomorrow.
— Tea Pain (@TeaPainUSA) March 4, 2020
You know they’re havin’ to strap Trump into bed tonight. https://t.co/CpkBVnGpDn
Comentando os fracos resultados da Bloomberg na Virgínia, o analista político veterano Larry Sabato perguntou: “Uma dica para dizer tchau-tchau?”
APOIADORES DE SANDERS CONFIANTES
Joe Biden está fazendo sua terceira tentativa pela Casa Branca depois de fracassos em 1988 e 2008. Ele argumenta que pode trazer de volta a “decência” política e governamental, após a tumultuada e trágica era Donald Trump.
This campaign is doing something different. We are building a movement of working people, by working people, and for working people. Let’s win this together. pic.twitter.com/gti7DzTEhD
— Bernie Sanders (@BernieSanders) March 3, 2020
Os apoiadores de Bernie Sanders estão convencidos de que apenas ele pode enfrentar Trump, lembrando que ele também desafiou o “establishment” de seu próprio partido, quando há quatro anos obteve uma vitória surpresa contra a badalada democrata Hillary Clinton.
Haviam um total de 1.357 delegados em jogo na terça-feira, ou seja, um terço do total nacional. Para sair vitorioso nas primárias, um candidato precisa dos votos de 1.991 delegados para vencer a indicação na convenção do partido em Milwaukee, que ocorrerá em julho.