Cultura/Lazer

COLUNA DO ÂNGELO ROBERTO – HQ, escola de leitores


Por Ângelo Roberto

HQ, escola de leitores


Como assimilado por experiência própria e de dezenas de amigos e conhecidos, o fascínio e influência das Histórias em Quadrinhos (HQ) na formação de leitores e escritores se mostra como uma inquestionável constatação. Para muitos a primeira de várias outras, no Brasil, principalmente em momento que reitero a contextualização: Em um período em que livros em casa jamais se constituir-se-ia como um “artigo de primeira necessidade”, nem mesmo “segunda”, “terceira” ou qualquer colocação prestigiosa.


Nessa realidade, mesmo com a quase generalizada carência material da maioria das famílias, era comum conseguirmos realizar eventuais trabalhos e conseguir adquirir um ou outro exemplar dos ditos “gibis” e nos desdobrarmos para conseguir ir tendo acesso a edições e títulos diversos. Para outros, mais bem providos, consistia em dos mais queridos presentes – muito bem vindos a qualquer dia ou hora.


De inesquecível e grata lembrança, listarei a seguir as mais marcantes amostras. Naturalmente, sendo praticamente impossível a exata ordenação cronológica das leituras, registro apenas que a grande maioria se concentrou entre os anos de 1984 a 1990.


Compatível com o gradativo acesso em termos de formatos e sofisticação das edições, inicialmente muitas revistas eram mesmo em preto e branco, mesmo em papel mais crespo. Desse tempo, eram mais comuns as de faroeste, Conan, o bárbaro e Tarzan… Aos poucos iam sendo lançados e/ou popularizados: Fantasma, Mandrake, Popeye, Recruta Zero, Zé Colméia, Manda Chuva…, da Disney (do Walt Disney), do Snoopy, A Pantera cor-de-rosa, Os Trapalhões, Thundercats, Gasparzinho, Riquinho, Luluzinha X Bolinha…


De idealização e principal produção Nacional temos a Turma da Mônica, do inesgotável Maurício de Souza: Mônica, Cebolinha, Cascão, Chico Bento, Rolo, Bidu, Papa-capim, Knorr e Jotalhão, Horácio, Astronauta, o pré-histórico Piteco, a Turma do Penadinho, Do fabuloso mundo Disney, daquela época: Mickey & Minie, Pateta & Margarida, Super Pateta Pato Donald (e os seus sobrinhos: Huguinho, Zezinho e Luizinho), Tio Patinhas, Zé Carioca (o caracterizado brasileiro), Dumbo, Bambi, Duck Tales… E havia ainda a composição de memoráveis Almanaques: Os cientistas, Os monstros, Os robôs, Os bandidos, Os gigantes, Edições Especiais de Natal…


Da profícua rivalidade entre as editoras Marvel e DC Comics, a cada momento surgiam novos personagens, enredos e universos… Homem Aranha, Superman, Capitão América, Batmam, Robin, Vingadores, Titãs, Hulk,Thor, Homem de Ferro, Quarteto Fantástico, os X-men, quem não se lembra da Tropa Alfa?, Punho de Ferro, Dr. Estranho, Luke Cage, Merc-cão de guerra, Justiceiro, Nick Fury (da Shield), Mestre do King Fu, Surfista Prateado.


Deste cosmo de herói, heroínas, vilãos, e turmas de amigos, hoje estão em destaque a fenomenal saga– imbatível campeã de bilheteria: Os vingadores (da Marvel). Com grande êxito também as adaptações de ambos os personagens que integram o grupo e como produções nacionais de cinema as histórias da Turma da Mônica.


Embora em outra categoria de veiculação, não exatamente em formato de revista, mas desse mesmo universo mágico, tínhamos disponíveis à leitura livros da Turma do Lambe-lambe (do Daniel Azulay) e Perry Rhodan (em que traziam a cada história para o leitor duas versões de final para sua escolha).


Por fim, permitam-me pensar alto e aqui materializar em caixa alta: NÂO FOSSEM OS PRIMEIROS GIBIS, GARANTIDO SERIA O DESTINO DE ESTAR EU HOJE AQUI?


E você, caro leitor, experimentou ou já pensou em conhecer algum HQ?

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Ângelo Roberto é Bacharel em Língua Portuguesa pela UFMG. Escritor, poeta e acadêmico em Academias de Letras, regionais, nacionais e internacionais. Desde 2009 preside a Academia Matozinhense de Letras, Ciências e Artes (AMALETRAS).


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