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Mercado do boi: preço médio tem valorização de 12% no mercado internacional

De acordo com o levantamento do Imac, a Alemanha pagou 37% a mais na tonelada de carne congelada exportada pelo estado do Mato Grosso

Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 16/01/2021

O preço médio da carne bovina no Brasil registrou uma valorização de 12,9% no mercado internacional no ano de 2021 em comparação com 2020, passando de US$ 3.346,93 por tonelada (mil/t) para US$ 3.777,90 por tonelada. A alta garantiu saldo positivo nas exportações de Mato Grosso, uma vez que o volume de carne embarcado ano passado foi 9,5% menor do que em 2020. A análise é do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac).

Segundo levantamento da mesma entidade, em 2021, Mato Grosso comercializou 368,7 mil toneladas de carne bovina e movimentou um montante, equivalente a US$ 1,782 bilhão. Em 2020, o volume de carne exportado foi de 407,6 mil toneladas e a receita de US$ 1,685 bilhão.

Entre os motivos para a redução dos volumes de carnes exportados, o diretor de operações do Imac, Bruno de Jesus Andrade, aponta a menor oferta de animais e a saída temporária da China do mercado como os principais fatores para a queda na exportação.

“A demanda em 2021 foi aquecida, e seria ainda maior, se a China não tivesse ficado 100 dias fora do mercado. Se houvesse constância de fornecimento para o mercado chinês, provavelmente Mato Grosso teria registrado recorde não apenas em receita, mas também em volume de carne exportado”, afirma Bruno Andrade.

Mesco com a interrupção de 100 dias, a China se manteve-se na liderança entre os principais destinos da carne mato-grossense, com compra de 155,4 mil toneladas, o que representou uma receita de US$ 823,1 milhões, 46% do total exportado pelo estado. Em seguida, o Chile aparece com a compra de 29,2 mil toneladas e US$ 145,3 milhões, ocupando o lugar que era de Hong Kong em 2020. A ilha asiática ficou na terceira colocação em 2021, mesmo comprando maior volume, 38,3 mil toneladas, porém com menor valor, US$ 145,1 milhões no total.

“É interessante observar no ranking dos principais compradores o valor agregado da mercadoria. Enquanto Hong Kong paga cerca de US$ 3,8 mil por tonelada, nós temos a Itália que paga US$ 7 mil a tonelada. O Brasil precisa trabalhar para diversificar os destinos, mas também para abrir mercado que paga um preço melhor, como é o caso do vizinho regional da China, o Japão, por exemplo”, afirma o diretor do Imac, Bruno de Jesus Andrade.

Outro exemplo citado pelo diretor da entidade é a diferença de preço pago pela carne resfriada e a carne congelada pela Alemanha. De acordo com o levantamento do Imac, a Alemanha pagou 37% mais na tonelada de carne congelada exportada por Mato Grosso do que Hong Kong, sendo que o país europeu pagou US$ 6.172,23, enquanto o asiático pagou US$ 4.502,78 por tonelada do produto brasileiro.

Quando analisada a proporção de preços pagos pela carne resfriada, a diferença é ainda maior, atingindo 65%. Enquanto a Alemanha pagou US$ 8.363,67 na tonelada de carne resfriada, Hong Kong pagou US$ 5.078,34 a tonelada. “Nesse sentido, por isso é importante diversificar o mercado e enviar para cada destino o produto que pode gerar maior rentabilidade”, destaca Bruno Andrade.

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