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Com 30 pontos no braço, professora esfaqueada diz que está preocupada com a saúde mental dos alunos e professores

“Minha ideia era tentar pará-los. Falar para pararem de correr, ‘vocês vão se machucar’. Não sabia o que estava acontecendo, aí ele veio para cima de mim”

Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 01/04/23

A professora Rita de Cássia, uma das vítimas do ataque a Escola Estadual Thomazia Montoro, na segunda-feira (27), afirmou estar preocupada com a saúde mental de alunos e professores. Rita foi a segunda professora a ser atacada e foi esfaqueada no ombro.
Ela diz que escutou um barulho no corredor e abriu a porta da sala porque estava dando aula e viu o movimento das crianças correndo.
“Minha ideia era tentar pará-los. Falar para pararem de correr, ‘vocês vão se machucar’. Não sabia o que estava acontecendo, aí ele veio para cima de mim”, contou.
A professora precisou de 30 pontos no ferimento.

“A gente espera recuperar a nossa saúde mental dos alunos, dos professores, da direção e de todos envolvidos. A gente espera cuidar da nossa saúde mental, inclusive desse rapaz, porque ele está doente”, afirmou.

“Acho que a dor física é a de menos”, completou.
Rita conta que o adolescente não tinha perfil agressor com os professores, mas com os colegas, sim.
Ela teve alta na segunda e foi nesta terça-feira (28) ao velório do corpo da professora Elisabete Tenreiro, assassinada durante o ataque. Rita é professora de História, leciona há 12 anos, e há 4 dá aula na Thomazia Montoro.

A professora Ana Célia da Rosa, que também foi uma das vítimas do ataque, teve alta na manhã desta terça-feira (28). Ela passou por uma cirurgia no Hospital das Clínicas.
Agressor ameaçou aluno na antiga escola

Nesta terça, Karina Barbosa, compareceu no 34º DP. Ela é mãe de um aluno da Escola Estadual José Roberto Pacheco, onde adolescente de 13 anos apontado como responsável pelo ataque estudava.
Segundo Karina, o filho dela, um adolescente de 12 anos, recebia mensagens do agressor em fevereiro deste ano. “Mandava vídeos atirando em objetos para o meu filho e dizia que ele estava treinando. Dizia para ele tomar cuidado, porque estava se preparando para um massacre”, afirmou.
O filho de Karina, que é professora de matemática em uma escola do mesmo bairro, mostrou para a mãe o conteúdo e o caso foi comunicado à escola. Na época, a diretoria informou para a mãe que ele havia sido encaminhado para o Centros de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi) e o Conselho Tutelar avisado sobre o caso.

“Meu filho achou que era brincadeira, que ele não teria coragem. Mas sou professora e no vídeo ele aparecia atirando. Não fazia tanto barulho, então não sei se a arma era de verdade”.
O ataque

No total, quatro professoras e um aluno foram esfaqueados manhã de segunda dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia.
Elisabete Tenreiro, 71 anos, teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário, da USP.
O agressor, um aluno de 13 anos do oitavo ano na escola, foi desarmado por professoras, apreendido por policiais e levado para o 34° DP, onde o caso foi registrado.

O governo paulista decretou luto de três dias pela morte da professora e a escola vai ficar fechada por uma semana. O estudante responsável pelos ataques está no Centro de Integração Inicial da Fundação Casa e passará pela audiência na Vara de Infância e Juventude nesta terça (28).

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