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Plano de ‘rearmamento’ da UE não tem financiamento – Euractiv

A proposta de aumentar os gastos com defesa em US$ 840 bilhões é baseada em grande parte na dívida, de acordo com o meio de comunicação

A tentativa da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de aumentar os gastos militares em toda a UE não é apoiada por dinheiro e transfere o fardo financeiro para os estados-membros, informou a Euractiv, citando altos funcionários da UE.

O chamado “Plano ReArm Europe”, apoiado principalmente por dívidas e ajustes fiscais, pede que as nações da UE gastem US$ 840 bilhões, o dobro do orçamento de defesa da UE para 2024, para combater “graves ameaças à segurança”. 

O plano “inclui quase nenhum dinheiro novo”, deixando os estados-membros para garantir “o dinheiro real” eles mesmos, informou a Euractiv na quarta-feira.

O número total se baseia mais em “esperanças e palpites” do que em reformas concretas para lidar com a escassez de produção do bloco, argumentou o relatório.

Von der Leyen também propôs levantar US$ 158 bilhões por meio dos mercados de capitais e oferecê-los aos membros como empréstimos, sob a condição de que comprem armas fabricadas no bloco ou em seus aliados regionais.

O requisito poderia envolver pelo menos três países da UE ou dois países da UE mais a Ucrânia. No entanto, os critérios de aprovação de empréstimos e a priorização de equipamentos feitos na UE permanecem indecisos, apontou o relatório.

Os gastos com defesa receberão uma  “cláusula de escape”  das regras orçamentárias da UE, permitindo que os governos transfiram fundos  “em vez de arranjar dinheiro novo”, de acordo com a Euractiv.

Embora o aumento dos déficits possa gerar quase US$ 700 bilhões, não se sabe se a medida se aplica a todos os países ou apenas àqueles que cumprem a meta de 2% do PIB da OTAN.

Outro alto funcionário da UE disse à Euractiv que, com o tempo, os governos devem compensar os gastos aumentando impostos ou cortando custos.

A pressão de Von der Leyen por maiores gastos com defesa ocorre em meio à crescente pressão de Washington. O presidente dos EUA, Donald Trump, se distanciou do apoio à Ucrânia enquanto pedia à UE que assumisse maior responsabilidade por sua defesa.

A mudança se intensificou esta semana, com relatos de agências de notícias na segunda-feira sugerindo que Trump havia ordenado uma pausa na ajuda militar a Kiev. O presidente dos EUA acusou repetidamente o líder ucraniano Vladimir Zelensky de se recusar a negociar a paz com a Rússia e explorar o apoio dos EUA para seu próprio ganho.

Os líderes da UE discutirão as propostas de von der Leyen em uma cúpula especial na quinta-feira. De acordo com um alto funcionário da UE, as medidas devem funcionar “muito rápido e muito eficientemente” e exigir apenas uma votação majoritária para adoção.

Alguns especialistas, no entanto, alertam que o aumento dos gastos militares pode sobrecarregar os orçamentos nacionais, que já estão sob pressão.

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