Precisamos manter nossos olhos bem abertos para observar o caminho que trilhamos
Jornal Clarín Brasil JCB News – Brasil 12/11/23
Como podemos aspirar a um destino se não traçamos o caminho que nos levará até ele? Somos seres multifacetados, como uma sinfonia de notas variadas que compõem uma música única. Assim, somos como uma multidão de pessoas dentro de um único corpo, vivendo todas essas facetas simultaneamente, sem nos darmos conta de que frequentemente mudamos nosso papel, e, consequentemente, deixamos de ser pais para ser cidadãos, deixamos de ser cidadãos para ser profissionais, deixamos de ser profissionais para ser amigos e assim por diante. Nessa constante troca de “máscaras”, reagimos de formas distintas a cada situação, como instrumentos afinados de acordo com a partitura da personalidade e pelo contexto que enfrentamos.
Acreditamos que nossa verdadeira personalidade se revela quando estamos sozinhos, distantes das influências externas. Ser múltiplo e, ao mesmo tempo, uno é como sermos autores e protagonistas de uma história em constante evolução. Somos esposos e esposas, filhos e filhas, estudantes e mestres, crentes e não crentes, mas nunca somos nada; sempre somos alguém. Cada um desses papéis traz consigo anseios distintos. Por exemplo, como pais, almejamos que nossos filhos cresçam saudáveis, encontrem em nós apoio para todas as suas necessidades e se tornem adultos felizes e bem-sucedidos.
Além disso, como cidadãos, desejamos que nossos direitos sejam garantidos, como se fossem alicerces sólidos sustentando o edifício de nossas vidas, uma vez que cumprimos com nossas obrigações fiscais e respeitamos as leis, buscando uma velhice tranquila e segura. Como profissionais, temos aspirações; como maridos e esposas, temos sonhos para o futuro, como estrelas no céu noturno, orientando-nos em direção a um horizonte repleto de possibilidades. Em cada uma dessas “vidas” que vivemos, traçamos metas e objetivos, concebendo projetos que guiam nossa jornada. Alguns projetos se concretizam com sucesso, enquanto outros encontram obstáculos no caminho.
Portanto, se vivermos de forma aleatória, sem planejar o nosso futuro, seremos como barcos sem leme à deriva em um oceano vasto e incerto; porém, se vivermos de forma planejada, seremos como navegadores experientes que sabem onde querem chegar. Qualquer resultado será visto como sorte ou azar, quando, na verdade, se trata de escolha. Precisamos manter nossos olhos bem abertos para observar o caminho que trilhamos, reconhecer as sementes que plantamos e refletir sobre as escolhas que fazemos. Somente assim, podemos identificar onde erramos e onde devemos retomar a construção do nosso futuro, superando as dificuldades que surgem em nossa jornada.
Portanto, em cada área da nossa vida, há um projeto; contudo, em todas as diferentes “identidades” que vivenciamos, é crucial mantermos um caráter sólido e uma índole inabalável, como se fossem a argamassa que une os tijolos de nossa jornada. Dessa forma, asseguramos que não estamos apenas trocando máscaras diante dos outros, vivendo uma fachada. Mantenhamos nossos olhos atentos ao futuro, conscientes de que somos a soma de todas essas identidades e que, ao planejar conscientemente nosso caminho, podemos moldar um destino que verdadeiramente desejamos, como escultores esculpindo a própria estátua da vida.
Paulo Siuves nasceu em julho de 1971 na cidade de Contagem, Minas Gerais, e é bacharel em Letras pela UFMG. Além disso, ele é autor de dois livros e organizador de coletâneas. Atua como servidor público municipal e faz parte da Banda de Música da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte. Paulo Siuves é colunista nos jornais; Jornal Clarin Brasil e Cultural Rol. Ele possui um Ph.I. em Filosofia Universal e um Dr.H.C. em literatura. Paulo Siuves é ex-presidente e membro fundador da Academia Mineira de Belas Artes (AMBA) e também é membro da Academia de Letras do Brasil nas seccionais Suíça, Minas Gerais (RMBH) e Campos dos Goytacazes/RJ, além de pertencer a muitas outras academias.
As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do Jornal Clarín Brasil – JCB News, sendo elas de inteira responsabilidade e posicionamento dos autores”
Quem ama a sua Pátria, a família e a liberdade é único pata Deus. Somente quem é único é importante para a sociedade.
Parabéns pelos seus pontos de vista, confrade da ALB RM BH. Precisamos de um projeto para cada etapa da vida. E quando estamos a sós é que nossa personalidade se manifesta como realmente é. Estivemos juntos em Itapecerica, e gostei tanto da sua flauta quanto do seu talento na literatura. Parabéns!
Paulo Siuves é meu confrade na ALB RM BH. Concordo com seu ponto de vista nesse artigo, quando diz que “ nossa personalidade se mostra quando estamos sozinhos ”. Nada mais verdadeiro. Outro ponto que gostei quando ele diz que “para cada etapa da vida existe um projeto ”. Parabéns, confrade , só te vi uma vez em Itapecerica quando eu tomei posse, e gostei tanto da sua flauta quando da sua fala quanto da sua pessoa. Continue a nos brindar com seus escritos, sempre disponibilizando o link no nosso grupo de WhatsApp. Parabéns…